terça-feira, 20 de março de 2012

One day.

Sou do tipo de pessoa que gosta de dormir sozinha. Pra dormir junto é preciso percorrer um longo caminho, eu preciso de segurança. Não sei bem. Só sei que não preguei o olho naquele dia. Você dormia como um anjo. Um anjo que não é. E eu remoía. Me doíam todas as escolhas erradas que eu havia feito por você. Me pesava todo o amor que eu não conseguia mais sentir. Mas pra você o jogo estava ganho. Você disse que eu era o amor da sua vida e eu respondi que te amava também. E era isso. Dito, ganho e fim. Antes você me hipnotizaria com essas palavrinhas mágicas. Eu só queria saber porque isso tudo não funcionava mais, seria fácil continuar com a mesma vida, sofrendo pelos mesmo motivos e achando que aquilo era amor. Porque não funciona mais? Não estou tão mudada assim.
Caí em mim, achei que esses pensamentos e esse vazio eram falta de sono e excesso de álcool. Mas eu continuava ali, como se não te conhecesse mais, com som da sua respiração me incomodando, ela não era mais aquela canção de ninar que tantas vezes adormeci ao ouvir.
Eu não queria você ali! Não queria mais você... Mas como te dizer? Eu pensava e fugia. É falta de sono, é o álcool. Me maltratava novamente, pensando que já queria colocar a roupa de cama pra lavar, queria distancia dos seus cigarros, das suas mentiras, da sua discrição exagerada. Queria tirar você de mim.
Deus, o que é isso? É o álcool, é a insônia? São eles falando, porque eu quero te fazer feliz, quero ser feliz com você... Mentira! Não, é verdade. É amor. Não é! Ele me ama! Isso já não muda nada... Nunca mudou.
Foi então que eu concluí que não era a insônia, não era o álcool, era mesmo amor, mas de um jeito diferente. Era amor próprio. Era a minha vez. Eu tinha aprendido com você, um mestre na arte do egoísmo. Aprendi que eu devia vir em primeiro. E agora é assim, eu, comigo mesma no topo.

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